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quinta-feira, 3 de julho de 2014

O génio de Thomas Jefferson

Para os mais incautos, Thomas Jefferson foi o primeiro Secretário de Estado, o segundo Vice-presidente e o terceiro Presidente dos Estados Unidos da América. Tido como uma das mentes mais brilhantes de entre os founding fathers dos Estados Unidos, Thomas Jefferson foi um dos primeiros a perceber a absoluta necessidade de impor limites ao poder que o Estado Federal disporia numa união entre Unidades Federadas que livremente se associavam para construírem a nova Nação. Espírito iluminado, encerrou em si virtudes que fariam dele um humanista, se tivesse nascido 2 séculos antes na então Europa renascentista. Pese embora tenha  menosprezado, e em certa medida não tenha mesmo tido a capacidade de perspectivar um sociedade industrial e manufactureira pós-agrícola - terá sido uma das poucas vitórias que a posteridade legaria a Alexander Hamilton por contraponto às derrotas frequentes que sofreu de Jefferson em vida -; Jefferson era uma pessoa extremamente tolerante, espírito esse que curiosamente lhe permitia transformar-se quase instantaneamente num ser ultra-combativo sempre que sentia que algo ou alguém pretendiam limitar a sua liberdade ou quaisquer direitos naturais que sentia ser possuidor pelos simples facto de ser humano. Figura lacónica, reflexiva e aparentemente imperturbável, era frequentemente encontrado em absoluta clausura, absorvido pelos seus próprios pensamentos. Polímata, o fazendeiro da Virgínia foi pois um geoestratega brilhante - compraria o Louisiana à França Napoleónica  em 1803 -, músico, político, o primeiro arqueólogo com método de trabalho conhecido e até arquitecto. A este respeito, devo acrescentar que eu, que já nutro um especial interesse pela arquitectura clássica helénica e romana, mormente na sua expressão palladianista; fico sempre impressionado quando aprecio a fachada, a traça da sua propriedade em monticello ou da rotunda da Universidade da Virgínia por si fundada, e cujos projectos elaborou e cuja construção supervisionou. Pese embora o seu génio tenha perpassado pelas mais diversas áreas do saber, terá sido na filosofia política que mais se destacou ou, pelo menos, aquele foi o domínio que lhe granjeou mais fama e notoriedade.
Conhecedores destas capacidades, os delegados ao congresso continental das então treze colónias americanas encarregaram Benjamim Franklin, John Adams e um relativamente desconhecido, mas furtivamente ambicioso, agricultor de 33 anos da Virgínia: Thomas Jefferson. A declaração de independência dos Estados Unidos - (pt ou en) - é seguramente uma das mais importantes peças literárias jamais escritas,  servindo não só como declaração emancipatória, de resto magistralmente redigida, mas também como uma verdadeira declaração de direitos humanos que recoloca o homem livre, e não o déspota iluminado e/ou esclarecido, no centro do mundo.

«Os homens tímidos preferem a calmaria do despotismo ao mar tempestuoso da liberdade» Thomas Jefferson. Se encontrarem frase lapidar onde se concentre de forma mais precisa o espírito do liberalismo, digam-me.

We hold these Truths to be self-evident, that all Men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the Pursuit of Happiness -- That to secure these Rights, Governments are instituted among Men, deriving their just Powers from the Consent of the Governed, that whenever any Form of Government becomes destructive of these Ends, it is the Right of the People to alter or to abolish it, and to institute new Government, laying its Foundation on such Principles, and organizing its Powers in such Form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness.










Monticello - Charlottesville, VA, EUA



                                                                                                                                                                                                                                               
                                                                                                              Rotunda da Universidade da Virgínia - 
                                                                                                       Charlottesville, VA, EUA





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