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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

As elites e a Guerra - Gustave de Molinari e a previsão de um futuro não muito distante

O economista liberal clássico Francês é conhecido pelos diversos insights que foi fornecendo ciência económica normativa, insights esses, pelo menos alguns, que pese embora façam todo o sentido no plano teórico, não foram experimentados na prática. Um deles foi o seu contributo para a «Produção da Segurança», que pode ser lido aqui, e que prescrevia que a prestação desse bem público não tinha de ser um monopólio Estatal: para Molinari, o mercado podia providenciá-lo.

Mas Molinari foi muito mais que isso: foi um defensor da liberdade individual no ninho do ainda incipiente mas aguerrido movimento colectivista-marxista, tendo exaltado o valor de uma sociedade formada por homens livres contra a criação do «homem-novo» socialista, talvez porque previsse qual o seu custo, bem como qual o seu desfecho.

Percebeu também, e esse o ponto neste post, que o Capitalismo já não era então um capitalismo de laissez-faire, mas uma espécie de cruzamento entre um neo-mercantilismo e crony-capitalism, juntos num sistema económico aparentemente competitivo mas no qual, verdadeiramente, eram os grandes conglomerados quem controlavam já a seu bel-prazer as políticas económicas e decidiam até quando se firmava a paz ou se declarava a guerra. Vejamos um excerto de um seu texto:

"Every State includes a governing class and a governed class. The former is interested in the immediate multiplication of employments open to its members, whether these be harmful or useful to the State, and also desires to remunerate these officials at the best possible rate. But the majority of the nation, the governed class, pays for the officials, and its only desire is to support the least necessary number. A State of War, implying an unlimited power of disposition over the lives and goods of the majority, allows the governing class to increase State employments at will—that is, to increase its own sphere of employment. A considerable portion of this sphere is found in the destructive apparatus of the civilised State—an organism which grows with every advance in the power of the rivals. In time of peace the army supports a hierarchy of professional soldiers, whose career is highly esteemed, and is assured if not particularly remunerative. In time of war the soldier obtains an additional remuneration, more glory, and an increased hope of professional advancement, and these advantages more than compensate the risks which he is compelled to undergo. In this way a State of War continues to be profitable both to the governing class as a whole, and to those officials who administer and officer the army."

Ler mais aqui.

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